PRÉ-PROJETO DE PESQUISA
Curso: Pós-graduação Latu-Sensu em EAD
Disciplina: Trabalho de Conclusão
de Curso – TCC
Professora: Daniela Rocha Silva
Cursistas: Marcus Martins MacedoI;
Patrícia Cristiane Fernandes SiqueiraII.
Orientadora: Patrícia Rebelo
Tipo de pesquisa: Revisão Bibliográfica
ILicenciatura
em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Montes Claros – Minas Gerais -
2013; Bacharel em Desenho Industrial - Programação Visual pela Universidade de
Brasília – Distrito Federal - 2003;
Professor da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal.
IILicenciatura
em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Montes Claros – Minas Gerais; Tutora
à distância do Curso Alimentação Escolar – Profuncionários, Instituto Federal
do Norte de Minas Gerais - IFNMG.
1 – Tema
As Tecnologias Digitais na
Educação a Distância
2 – Apresentação
O uso das Tecnologias Digitais de
Informação e Comunicação - TDICs vem se ampliando em proporções geométricas em todas
as áreas do conhecimento. Muitas profissões tradicionais desapareceram e várias
inimagináveis se tornaram realidade. Cada vez mais, as TDICs se tornam essenciais
nos processos educacionais, onde proporcionam aos professores e alunos comunicarem-se
de forma multimidiática. É impossível hoje pensar a educação sem o uso e a incorporação
interligada em rede das tecnologias digitais como ferramentas de produção e
promoção do conhecimento.
A educação à distância – EAD, tem
em seu histórico, desde o início da construção das suas propostas pedagógicas, o
intenso uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Com o avanço da
convergência das mídias para o ambiente digital, as TICs migraram para mundo
numérico e eletrônico. Mas por si só estes instrumentos educacionais
informatizados não garantem êxito nem qualidade no processo educativo. É
necessário adaptar e modernizar as propostas pedagógicas para efetiva
construção do conhecimento por meio dessas tecnologias digitais, criando a cognição
em um ser integralmente conectado em rede, capaz de interagir com o meio e
reconstruir-se cultural e politicamente de forma autônoma.
3 – Problematização
O desenvolvimento tecnológico
mundial direcionado ao mercado de produtos populares tem aprofundado a
capilaridade da globalização, enquanto as políticas de governo implementadas no
Brasil, com o objetivo de democratizar o uso da informática e, por extensão, os
meios de comunicação, tem permitido, cada vez mais, o acesso à informação e ao
conhecimento, pelas camadas mais vulneráveis da sociedade.
A experiência brasileira em EAD
tem ampliado sua capacidade, mas essa expansão esbarra na lenta democratização
do acesso a internet, que satisfaça plenamente as demanda do sistema de ensino.
Esbarra também na deficiente formação técnica dos usuários do sistema
educacional, deixando a desejar o uso da capacidade física instalada e ainda esbarra
na natural resistência e inseguranças da sociedade às novidades do modelo EAD.
Há também gargalos de ordem econômica e políticos, porém não tratados nessa
pesquisa.
Mas a questão principal que
buscamos responder nessa pesquisa é como adequar as mídias para determinada
situação de aprendizagem, considerando os objetivos pedagógicos e didáticos
previamente definidos, como bem questiona a autora Maria Luiza Belloni (2001,
p. 26) e a consequente elaboração do discurso pedagógico adequado a estes
componentes e as características técnicas dos meios escolhidos para o ensino?
4 –
Objetivos
4.1. Geral:
Investigar
como os teóricos modernos compreendem o uso das Tecnologias Digitais de
Informação e Comunicação no processo EAD.
4.2. Específicos:
4.2.1. Investigar como as Tecnologias Digitais de Informação e
Comunicação se tornam ferramentas de aprendizagem no processo EAD.
4.2.2.
Identificar o discurso pedagógico adequado às linguagens multimídias utilizadas
na EAD.
5 – Metodologia
O
universo da pesquisa compreende as proposições teóricas dos autores visitados.
O procedimento metodológico a ser adotado será o de compilação de ideias, análises
dos conceitos relatados e a apresentação de possíveis interpretações ou pontos
de vistas.
Será
realizada uma revisão bibliográfica dos autores especializados em multimídia,
hipermídia, teoria da linguagem, comunicação, interatividade, tecnologia
digital, teoria da educação e EAD, além de preocupar-se com o trabalho teórico
sobre avaliação, como suporte necessário a validação da pesquisa.
Este
projeto busca subsídios teóricos para colaborar na construção de um modelo
pedagógico, desenhado com o viés intuitivo e subjetivo, como todo processo de educação
deve ser.
Vamos
buscar embasamento teórico na literatura sobre avaliação qualitativa, que se
aplica às práticas de pesquisa científica nas áreas de ensino/aprendizagem.
Procuraremos
demonstrar, por ampla argumentação de autores reconhecidos pela academia, que
essa revisão bibliográfica As Tecnologias Digitais na Educação a Distância pode sugerir alternativa e
caminhos mais sustentáveis a serem trilhados, quando a temática em tela é o uso
de Tecnologia Digital de Informação e Comunicação - TDIC, interativa e simultânea
na EAD.
6 – Referencial teórico:
Edmund Couchot
O uso da imagem nunca foi tão
intenso na civilização humana com neste início do III milênio. Com a
convergência digital as imagens podem ser registradas, tratadas, manipuladas,
conservadas e difundidas, antecipando a revolução tecnológica que se aproxima.
A ciência já utiliza a simulação em suas pesquisas e não tratam mais a
realidade, mas sim a sua representação. Não são experimentos in vitro, mas in machina (Couchot, 1998, p. 129).
Philippe Quéau
Agora as imagens codificadas
digitalmente, formam uma nova escrita. Trata-se de uma revolução escrita
profunda. Os formalismos abstratos podem produzir, diretamente, imagens. É uma
reconfiguração dos saberes e dos métodos, das escritas e das memórias, dos
meios de criação e de gestão (Quéau apud
Parente, 1993, p. 184).
Serguei Eisenstein
Estamos entrando num mundo novo,
onde não há mais a busca pela formação do indivíduo em algo conhecido,
balizado, completo e acabado. Hoje se educa para estar sempre em mutação: aprendendo
a aprender. Não há mais patamar a alcançar, apenas vislumbram-se degraus
adiante. O objetivo não é mais a obra em si, mas o processo de construção
(Eisenstein, 1958).
Clitien Rios e Dulce Santos
A escola deve adequar-se à
realidade e tomar a seu favor todos os benefícios que as mídias podem
proporcionar ao educando, pois o seu uso aumenta o interesse em aprender cada
vez mais, além de propiciar maior identificação e aproximação intelectual entre
professor e aluno, fator imprescindível ao processo de ensino/aprendizagem
(Rios, Santos, 2011, p. 8-11).
Maria Luiza Belloni
Duas grandes vertentes afloram
com a midiatização dos conteúdos e currículos dos sistemas educacionais: a
primeira é a seleção dos meios mais apropriados para determinada situação do
ensino/aprendizagem, considerando os objetivos pedagógicos e didáticos
previamente definidos, as características da clientela e a acessibilidade aos
meios; e a segunda a elaboração do discurso pedagógico adequado a estes
componentes e as características técnicas dos meios escolhidos. A autora afirma
que o professor tende a ser amplamente mediatizado: como produtor de mensagens
inscritas em meios tecnológicos, destinadas a estudantes de EAD. [...] Embora
seja ainda uma utopia o aluno autodidaxia, que espera encontrar no professor um
parceiro na construção do conhecimento, a autodidaxia já é uma característica
essencial dos modos de aprendizagem das crianças e jovens em sua relação com as
máquinas de informação e comunicação, sendo, pois, fundamental que a formação
de professores inclua este elemento novo (Belloni, 1998b).
Samira Fayez Kfouri
A compreensão e consequente
criação dos recursos midiáticos que serão utilizados para a modalidade EAD
devem considerar não só características estruturais específicas como também a
cultura sobre os níveis de diálogos possíveis, de acordo com a própria mídia,
que combinadas ou não vão interferir no nível dessa distância transacional (
Kfouri, 2009 p. 132))
Silvio Zamboni
Cada evolução técnica específica
pode trazer invenções de novos métodos de produção implicando, muitas vezes, em
verdadeiras revoluções em outros processos de transformação. A grande maioria
das inovações e descobertas tecnológicas incorporadas pelo fazer artístico não
foi criada para esse fim. (Zamboni, 1998, P. 53).
Maria Beatriz de Medeiros
O computador é uma ferramenta
sistêmica que deve ser configurado de forma aberta e interativa, de forma a
permitir uma participação amigável e não programada do usuário. A
interatividade mediada por computador revela uma nova relação mais
colaborativa, mais dinâmica e flexível no trio básico da comunicação: emissão –
mensagem – recepção (Medeiros, 2002, p. 186).
7 – Cronograma
ATIVIDADE
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CALENDÁRIO
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JUNHO
SEMANAS
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JULHO
SEMANAS
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AGOSTO SEMANAS
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Pesquisas
bibliográficas
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2
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Elaboração
do projeto de pesquisa
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3
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Entrega
a primeira versão do projeto de pesquisa
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4
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Entrega
da versão final do projeto de pesquisa
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5
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Análise
conceitual dos autores estudados
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6
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Redação
do artigo científico e atualização bibliográfica
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7
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Entrega
da primeira versão do artigo científico
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8
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Entrega
da versão final do artigo científico
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9
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Construção
do pôster para a apresentação.
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10
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Apresentação
do artigo científico em formato pôster no seminário de encerramento do curso.
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8 – Referências
ABRANCHES.
Sérgio Paulino. Modernidade e formação
de professores: a prática dos multiplicadores dos núcleos de tecnologia
educacional do Nordeste e a informática na educação. Tese (Doutorado em
Educação). USP. 2003.
BELLONI,
Maria Luiza. O que é Mídia-Educação.
Polêmicas do nosso tempo. Editora Autores Associados. Campinas. SP. 2001.
COUCHOT,
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numérique. Paris. Hermes. 1998.
DEMO,
Pedro. Avaliação Qualitativa. Cortez
Editora. São Paulo. 1987.
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D. Arte e vida no século XXI.
Editora UNESP. São Paulo. 2003.
DUBNER Deborah. Disponível em:
http://www.itu.com.br/conteudo/detalhe.asp?cod_conteudo=9143 Acessado: 02/11/2014
às 10:30 horas.
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Necessários à prática educativa. 24 Ed. São
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diferenciado. (Tese de Doutorado). UMESP. São Bernardo do Campo. SP. 2009.
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Bruno. A esperança de Pandora:
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Pierre. As Tecnologias da Inteligência,
O Futuro do Pensamento na Era da Informática. Editora 34. São Paulo. 1993.
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A ideografia dinâmica. Rumo a uma
imaginação artificial. Editora Loyola.
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política, histórias e propostas. Artes Médicas. (p. 191). Porto Alegre. RS. 1997.
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Arlindo. Máquinas e Imaginário: o
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Dupligráfica
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André. Imagem Máquina. Editora 34.
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PLAZA, J
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Disponível em : Acessado: 11/11/2014 às 21:00 horas.
ZAMBONI,
S. P. Um Paralelo Entre Arte e Ciência.
A Pesquisa em Artes. Editora Autores
Associados.
Campinas São Paulo. 1998.
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